Concurso Laboratório de Criatividade | Porto Alegre | RS
CONCURSO LABORATÓRIO DE CRIATIVIDADE
Autores: Franthesco Spautz, Daniel Weber, Paola Maia, Taiane Beduschi.
Uso: Institucional.
Localização: Porto Alegre - RS.
Projeto vencedor do concurso.
Tratamos o Laboratório de Criatividade como um local que da forma a algo novo. Uma arquitetura que se desenvolve, configura e compreende o espaço como um só remetendo a um indivíduo criativo.
Um ato corriqueiro como “trabalhar” será impregnado de formas. Vivenciar a arquitetura que desenvolve-se; as pessoas convivendo; o calor da madeira e o frio das pedras; as cores e luzes do sol que refletem através do cubo de vidro; sons; cheiros.
Um espaço que intensifica a vida e o ato de criar, inerente ao ser humano, gerando identidade, sensação de estarmos vivos.
ARQUITETURA DOS SENTIDOS
Todos os seres aprendem com a percepção do mundo a volta e agregam ao mundo. Por este motivo, projetamos um espaço que “intensifica a vida” e envolve. Pensamos em atingir todas as esferas sensoriais desreprimindo os sentidos e provocando um ambiente rico e criativo.
Mecanismos para o processo de reconhecimento de experiências passadas e novas projeções futuras / ou apresentação do novo gerando curiosidade, interesse … a arquitetura não deve ser estéril, deve provocar sensações…
REGIONALISMO
Nos questionamos até onde o regionalismo deveria atuar neste projeto, até onde deveríamos usar a estética do Brasil ou do Rio Grande do Sul. Propomos um lugar livre de pré-conceitos, que o visitante se identifique, crie e remeta as suas vivências. Ao retirar o potencial escondido nas formas imaginadas, a partir de um ponto de vista próprio, damos origem a tudo o que está dentro de nós e desta maneira formamos o novo a partir do velho, das experiências vividas, influências do entorno e observações do dia a dia.
Vejamos à titulo exemplificativo o uso da madeira, material tão presente no projeto. Ela pode remeter as matas e florestas do Brasil; ao sul e a estética do frio, ao galpão; ao conforto e calor de nossas casas.
Tudo é uma questão de ponto de vista e de vivências.
O PROCESSO CRIATIVO
Em qualquer um desses momentos podemos ir e voltar nas etapas
A natureza criativa do homem se elabora no contexto cultural, todo o indivíduo se desenvolve em uma realidade social, em cujas necessidades e valorizações culturais se moldam os próprios valores da vida.
O ato de criar acontece na intuição, mas integra toda a experiência possível ao individuo. Para que a arquitetura se desenvolva acompanhando o processo criativo, o dividimos nas etapas listadas na imagem a seguir.
O LÚDICO ABSTRATO
As associações compõe a essência de nosso mundo imaginativo e geram um mundo experimental, te levam a pensar, a criar. Cada um tem uma interpretação, nos levando para o mundo da fantasia, mas não caindo no desvaneio, no fantástico. O lúdico neste projeto é trabalhado como um momento de liberdade, sem vícios.
A ARQUITETURA DENTRO DA ARQUITETURA
Na proximidade do prédio vemos um grande pano de vidro, e dentro deste uma nova arquitetura que revela e esconde. Esta é uma maneira de voltar o interior ao exterior, ocorrendo as interações entre a arquitetura e o espectador e isso desperta a curiosidade, ocasionando o interesse como espectador e a vontade de chegar ao local apropriar-se sentindo-se parte dele.
ESTRATÉGIA DE CONFIGURAÇÃO ESPACIAL RESPONDENDO AS ETAPAS DO PROCESSO CRIATIVO
Trabalhamos com diferentes escalas de espaços relacionados com o processo de criação. O público (praça), o semi-público (ruas, jardins e varandas), o privado (casas).
As escalas são definidas, mas não o programa, queríamos tratar os espaços com ambiguidade. O ser humano pode fazer trocas falando, escrevendo, desenhando, o espaço tem que proporcionar todos esses tipos de trocas. Podes utilizar a praça para reuniões, apresentações de projeto ou para descansar. Cada pessoa tem a liberdade de utilizar o espaço como se sentir mais confortável.
REDE DE TROCAS
A formação de redes de trocas em um espaço de criação é um importante elemento para a elaboração de um futuro projeto. Através da troca entre indivíduo-ambiente, indivíduo-indivíduo, consegue-se superar limitações e combinar competências de forma sinérgica, obtendo oportunidades e contribuindo para solução das problemáticas presentes.
Uma vez construída essa rede, o conhecimento pode ser transmitido entre os membros da mesma, formando uma nova rede de conhecimentos. São vários os elementos que possibilitam essa troca.
COMO SE ESTRUTURA O ESPAÇO INTERNO
A PRAÇA
Ao chegar no Laboratório de Criatividade vemos a praça. Desenvolvemos esse espaço de convivência, onde os residentes interagem entre si e se comunicam, havendo uma troca de informações e experiências. Essas trocas podem ser do indivíduo com o indivíduo, indivíduo com o espaço. Por isso, é essencial que o espaço gere sensações, para que possa colaborar com os processos criativos. O
O residente internaliza algo do espaço, se apropria de alguma maneira e contribui para o mesmo ao devolver para o local a criação. Essa praça é o local onde todas as sensações se encontram, onde se concebe o novo.
O SEMI-PÚBLICO
De uma maneira natural o espaço se desenvolve de um espaço de convivência e trocas(praça) para o semi-privado, momento onde começa um desenvolvimento de projeto, onde necessita-se internalizar as ideias, pensar sobre, estudar e debater em grupos mais fechados. Essas ruas e varandas nos encaminham para o processo de criação. Também pensamos em jardins como uma continuação da praça.
O PRIVADO
Em um momento do processo é necessário trabalhar sobre o projeto a ser desenvolvido. Nessa hora não estamos mais (necessariamente) criando. Para isso acreditamos que um espaço privado e silencioso onde se possa focar é fundamental (não só silêncio auditivo, mas de todos os sentidos) .
Aqui trazemos referências das nossas casas, com portas, varandas e janelas. Acreditamos que o rito de abrir uma janela nos traz tranquilidade e identificação imediata com o local. Também usamos como referência as casas em madeira e as namoradeiras na janela.